Para Sidemberg
Sabia voar.
Poderia ser uma águia
Perdi minha essência e
naufraguei.
Meu lado avesso venceu.
Queria luz, procurei
trevas.
E trevas encontrei no meu
deserto,
Onde vento e silêncio
espalham areias,
As saudades do meu eu que
perdi
E ferem meus olhos
Pensei no ritmo, esqueci o
rumo.
Sem prumo, nas trevas,
cambaleio.
Falta ritmo, falta rumo
E a madrugada não vem.
Dizem que sou bandida. Não
creio.
Condenada estou, eu sei.
Mas preciso de outro olhar
Compassivo, curativo,
renovador.
Sofrida, sou, não nego,
mas canto,
Pra afastar o desalento e
o pranto
Que teima em escorrer
n’alma
Enquanto olhos secos
vigiam
A noite escura.
Maria Francisca –
18/11/2014, após assistir à apresentação do coral “Maria, Marias”, das presidiárias de Cariacica.
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